Descrição do produto
O volume Cinema 2 ― A imagem-tempo completa o projeto de Gilles Deleuze para fazer da sétima arte uma forma de pensamento. Nele, o filósofo deixa o território diversificado da arte cinematográfica clássica, predominante em A imagem-movimento e que já havia atingido o ápice na virada da década de 1930 para a de 1940, para mergulhar em filmes deliberadamente fora dos enquadramentos dessa linguagem. O marco histórico foi a Segunda Guerra Mundial, que havia levado a experiência humana a extremos nunca antes vistos; e o marco estético foi o neorrealismo italiano, criação original em meio às ruínas da guerra, ambos exemplificados magistralmente nos filmes de Roberto Rosselini. Segundo Deleuze, nessa dupla passagem o cinema vai da imagem-movimento para a imagem-tempo, da linearidade para a descontinuidade, dos cortes racionais para os irracionais, muitas vezes dissociando imagem e som. O arco de estilos e linguagens é bastante amplo: de mestres precursores como Yasujiro Ozu, Luis Buñuel e Orson Welles, passando pela comissão de frente da nouvelle vague, até Glauber Rocha, ponta-de-lança de uma cinematografia revolucionária na periferia do sistema de produção, mas com alcance estético mundial.
SOBRE O AUTOR
Gilles Deleuze nasceu em 1925, em Paris. Estudou no Liceu Carnot e depois filosofia na Sorbonne, onde obteve o Diploma de Estudos Superiores em 1947. Entre 1948 e 1957 lecionou nos liceus de Amiens, Orléans e no Louis-Le-Grand, em Paris. Trabalhou como assistente em História da Filosofia na Sorbonne entre 1957 e 1960, e foi pesquisador do CNRS até 1964, ano em que passou a lecionar na Faculdade de Lyon, lá permanecendo até 1969. De 1969 a 1987, deu aulas na célebre Universidade de Vincennes, um dos polos do ideário de Maio de 1968, quando firmou a sólida e produtiva relação com Félix Guattari de que resultaram os livros O anti-Édipo (1972), Kafka (1975), Mil platôs (1980) e O que é a filosofia? (1991). É autor também de obras fundamentais como Diferença e repetição (1968), Lógica do sentido (1969), Cinema 1: a imagem-movimento (1983), Cinema 2: a imagem-tempo (1985) e Crítica e clínica (1993), além de estudos sobre Hume, Kant, Bergson, Nietzsche, Espinosa e Foucault, entre outros. Faleceu em Paris, em 1995.