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Em I-Juca Pirama, poema épico-dramático, encontramos a trajetória da recuperação moral de I-Juca Pirama frente a seu pai e a tribo dos Timbiras. Recusando a morte em prol do pai velho, cego e frágil, I-Juca Pirama, agora, precisa recuperar a fama de herói, daquele "que é digno da própria morte", como, em tupi, orienta o seu próprio nome.
"Gonçalves Dias", escreveu José de Alencar, "é o poeta nacional por excelência: ninguém lhe disputa na opulência da imaginação, no fino lavor do verso, no conhecimento da natureza do Brasil e dos seus costumes selvagens".
De fato, nenhum outro autor incorporou em tal grau o sentimento do índio brasileiro e buscou, através da poesia, sua real feição – uma vocação que se consagra em I-Juca Pirama e Os timbiras, estupendos e famosos cantos à dignidade e ao destemor de nossos ancestrais.
SOBRE O AUTOR
Poeta, professor, crítico de história, etnólogo. Nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em um naufrágio, no baixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da Cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo Bilac.
Era filho de João Manuel Gonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes, e de Vicência Ferreira, mestiça. Perseguido pelas exaltações nativistas, o pai refugiara-se com a companheira perto de Caxias, onde nasceu o futuro poeta. Casado em 1825 com outra mulher, o pai levou-o consigo, deu-lhe instrução e trabalho e matriculou-o no curso de latim, francês e filosofia do prof. Ricardo Leão Sabino. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria para Portugal, para prosseguir nos estudos, quando faleceu o pai. Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso de Direito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-se difícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhe que voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio de colegas, formando-se em 1845. Em Coimbra, ligou-se Gonçalves Dias ao grupo dos poetas que Fidelino de Figueiredo chamou de “medievalistas”. À influência dos portugueses virá juntar-se a dos românticos franceses, ingleses, espanhóis e alemães. Em 1843 surge a “Canção do exílio”, um das mais conhecidas poesias da língua portuguesa.