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A vida da mais célebre primeira-dama do Brasil com relatos inéditos de acontecimentos da vida íntima dos Goulart que se misturam à vida política do país.

Uma mulher vestida de silêncio revela a trajetória extraordinária de Maria Thereza Goulart. Filha de imigrantes italianos, nascida em uma cidade fronteiriça do Rio Grande do Sul, casou-se com João Goulart, amigo dos pais, vizinho da família na pequena São Borja e dezoito anos mais velho. Com pouco mais de 20 anos, acompanhava o marido discretamente durante a vice-presidência no governo de Juscelino Kubitschek e a fugaz presidência de Jânio Quadros, e foi surpreendida aos 26 anos, quando a renúncia de Jânio alçou Jango à presidência.Tornou-se a mais jovem primeira-dama do Brasil, apontada certa vez como a mais bela do mundo, capa das maiores revistas nacionais e internacionais entre as décadas de 1950 e 1960, alvo das atenções até de chefes de Estado e protegida pelo estilista Dener, amigo e conselheiro.

Durante a presidência do marido, sua imagem foi vinculada ao papel relegado às primeiras-damas de então: esposa, mãe e dona de casa. No entanto, o episódio do comício da Central do Brasil, que seria o estopim para a articulação do golpe militar, seria também marcante para ela: insistiu para subir ao palanque e acompanhar o marido, diante de 200 mil pessoas, desafiando o tradicionalismo da época.

Mas quem, de fato, era aquela moça tão linda, tão fora de padrão, que encantou o país comandado pelo marido? Para responder a esta pergunta, Wagner William dedicou doze anos de pesquisas em arquivos desclassificados no Uruguai e no Brasil, debruçando-se sobre mais de cem entrevistas e diversos documentos ― incluindo o diário da própria Maria Thereza. Uma mulher vestida de silêncio apresenta essa personalidade forte e ao mesmo tempo frágil, alvo de enorme interesse e admiração, inveja, competição e preconceitos, e reconstitui a história de um dos mais importantes períodos da multifacetada vida política e social do Brasil.

SOBRE O AUTOR

Wagner William nasceu em São Paulo em 1968. Jornalista e produtor de TV com trinta anos de carreira, ganhou o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos pela reportagem O primeiro voo do condor, publicada pela revista Brasileiros. É também autor de Silvio Luiz: olho no lance (BestSeller, 2002) e O soldado absoluto: uma biografia do Marechal Henrique Lott (Record, 2005).